quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Marisa, a inútil


Para mim, uma coisa é certa. Se daqui pra frente o cidadão Luiz Inácio Lula da Silva entra para a história desse país como o maior presidente que a República brasileira já conheceu, a senhora Marisa Letícia Lula da Silva, também entra como a primeira-dama mais inútil em todos os tempos.
Como disse o colunista da Folha de S. Paulo, José Simão, a mulher entrou muda e vai sair calada. Ninguém nesse país conhece sequer a voz dela. Não existem ações sociais comandadas por ela, como é de praxe entre as primeiras-damas; não existe campanhas educativas tendo ela à frente; não existe nada, a não ser o noticiário com gastos fabulosos e ostentação de riqueza sem precedentes. Mas estamos no Brasil, o país das controvérsias.
E para não ser totalmente injusto com a moça, filha de imigrantes italianos, é bom dizer que seu maior feito na vida política do país foi cortar e costurar a primeira bandeira vermelha do Partido dos Trabalhadores, em 1980. Acho que tá bom.

Gilson Sousa

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Protesto louvável contra aumento salarial dos políticos


Finalmente alguém colocou a ‘boca no trombone’ em relação ao generosíssimo aumento salarial dos políticos brasileiros. Pensei que os 198 milhões de brasileiros estavam engolindo calados esse absurdo. Mas eis que hoje pela manhã um grupo de estudantes em Brasília saiu às ruas para protestar. Atitude muito digna.
O fato é que o nosso honrado Congresso Nacional aprovou no dia 15 de dezembro um projeto de lei elevando para R$ 26,7 mil (cerca de 68%) o salário dos próprios parlamentares, do presidente da República, do vice e dos ministros de Estado a partir de 1º de fevereiro de 2011.
Enquanto isso, várias categorias de trabalhadores brasileiros por aí afora são obrigadas a se contentar com reajustes salariais entre 5% e 7%. Já o salário mínimo, que é a base de muita gente, não passará de R$ 540,00. Então, palmas para os estudantes que fizeram o protesto na rampa do palácio do Planalto em Brasília. Pelo menos isso.

Gilson Sousa

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Sergipanos desprezados por Dilma


Estou começando a ficar com a impressão de que a presidenta eleita do Brasil, Dilma Roussef, não gosta mesmo de Sergipe. No entanto, nem imagino o que o povo daqui tenha feito de mal a essa poderosa mulher. O que sei é que desde que se iniciou a campanha eleitoral deste ano, ela vem demonstrando um desprezo enorme pelo nosso pequeno Estado. E olha que o presidente nacional do partido dela, o PT, é um sergipano, o Zé Eduardo Dutra.
Digo isso, de forma até indignada, porque durante todo o processo eleitoral ela sequer pisou os pés em território sergipano. E para quem não sabe, nós somos sim uma unidade da federação brasileira. Não importa o tamanho territorial, somos um Estado dentre os 27 da Nação. E uma mulher que buscava a eleição de presidente do país, sequer passou por aqui na campanha. Foi ou não foi?
Agora vem essa história de Ministérios. Primeiro o caso do senador Antônio Carlos Valadares. Queriam oferecer a ele um ministeriozinho qualquer, só para abrir espaço para Dutra no Senado, já que é o primeiro suplente de Valadares. Não deu certo. Nosso senador simãodiense bateu o pé e não aceitou migalhas. Tá certíssimo.
Passado esse episódio, agora foi a vez de Maria Lúcia Falcón, a técnica mais competente dos governos de Marcelo Déda em Sergipe, entrar na história. Primeiro a imprensa local e a nacional propagaram com alardes que ela seria a ministra do Desenvolvimento Agrário. Ouvi discursos e mais discursos elogiosos, tanto pela indicação da presidenta Dilma, como pela competência da indicada. Mas nada.
Eis que hoje sai na imprensa nacional que Dilma acaba de fechar o quadro ministerial e o nome para o Desenvolvimento Agrário não é o de Lúcia Falcón. Quem comandará a pasta é o deputado Afonso Florence (PT-BA). A desculpa, segundo as notas, é que a sergipana enfrentava resistências da corrente interna do PT, Democracia Socialista (DS), que está no comando do Desenvolvimento Agrário desde 2003. É mole? E a presidenta do país não dá pitaco nisso não, é?

Gilson Sousa

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Menos Papai Noel e mais Jesus Cristo


Desde que me entendo por gente e sinto na pele esse calor infernal do verão nordestino todos os anos, jamais acreditei nessa história de Papai Noel vestido com roupas adequadas para enfrentar a neve do ártico. Muita balela. Por isso, então, comecei a perceber o quanto estão desviando da gente o verdadeiro sentido natalino. Estão, sim, nos empurrando goela abaixo a imagem de um ‘bom velhinho’ vestido de vermelho e cobrando da gente um consumo desenfreado de ‘presentes’ para distribuir com familiares, amigos, vizinhos, enteados, cunhados, papagaios e o que mais aparecer em nossa frente.
Chega. Sei que não sou tão católico assim, mas sei discernir as coisas. O verdadeiro sentido do Natal é comemorar o nascimento de Jesus Cristo, esse sim o maior presente de Deus à humanidade. Só que muita gente está deixando isso em segundo plano. O comércio natalino virou o melhor negócio dos grupos empresariais durante o ano. As pessoas, pobres ou ricas, se arvoram na dissimulação dos presentes materiais e ainda fazem cara feia se alguém deserta desse time de consumistas incorrigíveis. Eu, heim!
O que desejo, na verdade, é que esse Natal nos chegue num plano onde exista menos Papai Noel e mais Jesus Cristo. Ok, tudo bem. Não há mal nenhum presentear uma pessoa querida nessa época. Mas não vamos encarar isso como uma obrigação de vida. Tenho certeza que uma confraternização sincera, um abraço caloroso e uma prece de agradecimento ao Criador de tudo já seriam suficientes para um Natal iluminado. Pense nisso. O tempo é para reflexão, para renovação do sentimento cristão, para a harmonia da família.
Aliás, meu editor Amaral Cavalcanti, no auge de sua sapiência, alerta para um fato: mesmo a humanidade idolatrando a figura de barba branca e roupas vermelhas como símbolo maior do Natal, ninguém por aqui nunca se importou em criar um outro símbolo com mais afinidade entre nós. “Irmã Dulce praticando a caridade não seria melhor?”, disse-me ele. Seria. Mas até que essa consciência recaia sobre essa pobre humanidade, os comerciantes continuarão a sorrir em demasia nestes finais de ano pomposos.
Então esse é o meu recado. Seja em Aracaju ou em Hong Kong, a comemoração natalina tem que girar em torno da figura e significado de Jesus Cristo. Não se deixem levar facilmente pelos apelos midiáticos do comércio. Elevem suas preces e sintam-se devidamente contemplados com o presente que já recebemos do Pai. Aproveitem de peito aberto a tradição da ceia, quando a família se reúne, mas se lembrem de agradecer pelo presente que Deus nos deu: Jesus, aquele mesmo que um dia expulsou os vendilhões do templo de Salomão.

Gilson Sousa

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A prima: dias de preguiça


Não sei se tenho mais saco para aguentar essa prima. Agora deu pra dormir o tempo todo. Deixou de lado as leituras que lhe ofereço, os dvd’s piratas que encomendo com exclusividade a JC, nem as pizzas que compro no Extra e incremento com capricho em casa ela quer mais comer. Só quer dormir. Não sai da cama. E eu já não sei o que fazer.
Um amigo meu, muito interesseiro, disse que isso poderia ser depressão. Aí veio com um papo de levar a menina para um terapeuta. Aliás, ele insinuou que o terapeuta seria ele mesmo. É mole? Tenho certeza que tio Herinaldo, que já foi pro céu, e tia Malvina, que sequer enxerga mais, concordariam com isso também. O mundo está cheio de lobos em pele de cordeiros.
Mas o fato é que quando veio de Capela, toda exibida, essa prima era uma serelepe sem rédea. Um exagero. Botei em escola boa, academia, curso de espanhol, e ela sempre correspondendo às expectativas. Mas agora danou-se. Não quer sair do quarto. O verão chegando, o povo invadindo a piscina do condomínio, e ela lá esticada na cama. Só pensa em dormir.
Para mim, o único consolo é que vez em quando me chama no quarto pra fazer um cafuné, um dengo qualquer. Afinal, é muito apegada a mim. É uma prima boazinha. Mas eu tenho os meus limites. Não sou de cair em qualquer conversa. “Oxênte, menina, se ajeite. O dia lá fora está tão lindo. Quer chupar um sorvetinho?”.

Gilson Sousa

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Shows de verão: acorda, prefeitura!


Dia desses ouvi de amigos meus que trabalham como operadores de turismo queixas pertinentes quanto ao grau de profissionalismo ligado a este setor em Sergipe. Aliás, garanto que as queixas eram diretamente direcionadas à Prefeitura de Aracaju, principalmente no que diz respeito à programação festiva de verão. “A estação já está praticamente aí e a gente nem pode vender pacotes turísticos mostrando ao mundo o que teremos a oferecer”, disse-me um deles. E é mesmo.
Estamos em pleno dezembro e sequer existe programação para a festa de reveillon feita na praia de Atalaia. Não existe também – imagina – a programação do Projeto Verão. Então o que é mesmo que o operador de turismo vai vender aos veranistas como atração artística nessa época do ano? É preciso ficarmos atentos a isso. Aliás, nem mesmo o governo do Estado, que costuma ser mais desatento nessa área, está dando esse vexame. Na semana passada divulgou sua grade de shows para o seu Projeto de Verão e agradou, mesmo concentrando tudo num único local, ao contrário de edições anteriores.
A turma do governador Marcelo Déda irá fazer a festa na praia da Caueira, em Itaporanga DÁjuda. Claro, quer prestigiar a nova ponte sobre o rio Vaza Barris, então trará no primeiro dia, 4 de fevereiro, a banda sergipana Alapada, Maria Gadú e Jau, além do Dj Kaska. No dia seguinte, a festa contará com shows de Patrícia Polayne, Lulu Santos, Monobloco e DJ Léo Levi. E aí, sim, os nossos amigos operadores de turismo ficam mais tranqüilos e até mais estimulados a sair por aí vendendo seu ‘peixe’. Acorda, prefeitura.

Gilson Sousa

Foto: Alejandro Zambrana