quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

River sacudiu o Botafogo


Muito engraçada a chamada grande imprensa nacional. O Botafogo do Rio de Janeiro, o tal Glorioso, veio a Aracaju nesta quarta-feira e tomou um sacode do modesto River Plate, de Carmópolis, no Batistão, pela Copa do Brasil. Sim, o Botafogo, time da estrela solitária, com Loco Abreu e tudo, perdeu por 1 a 0 e saiu de campo vaiado. Aí sabe o que a imprensa ‘sulista’ estampou nas manchetes da internet logo após a partida? “Botafogo joga mal e perde para o River Plate-SE na Copa do Brasil”.
Quanta balela. Por que ninguém de lá tem a coragem de escrever que o River foi melhor em campo e mereceu a vitória nesta partida, apesar da clara diferença de nível técnico entre as equipes? Aliás, a vitória do River poderia ter sido mais elástica, não fossem as chances desperdiçadas pelos sergipanos. De qualquer forma, o River Plate foi melhor, sim, e a partir de agora merece mais respeito por parte do Botafogo e da imprensa nacional. E não se enganem. Para continuar na Copa, os cariocas terão que vencer no Engenhão por dois gols de diferença no jogo de volta.
Portanto, eu sei, você sabe, e todo mundo por aí sabe que no futebol tudo pode acontecer. O Botafogo pode até se classificar diante do River na próxima quarta-feira, às 19h30, no Rio de Janeiro, mas já tomou um susto daqueles por aqui. Sabe que vai ter que suar muito a camisa para reverter o resultado. Uma vitória pelo placar mínimo leva a partida para os pênaltis. Caso o Botafogo vença por 2 a 1, por exemplo, o River Plate se classifica, já que o gol fora de casa é critério de desempate. E aí eu quero ver e ler o que vai estampar nas manchetes a imprensa do lado de lá.

Gilson Sousa

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O Cânion encantado

Tenho acompanhado com satisfação os textos dos amigos jornalistas Dílson Ramos e Rosangela Doria no blog ‘Um olhar atento’ (http://www.dilsonramosjc.blogspot.com), descrevendo as belezas naturais de Canindé do São Francisco, e a partir daí resolvi levar amigos meus do Rio de Janeiro para desfrutar também desse encanto. Pena que o tempo era curto e o único passeio possível foi mesmo o tradicional Cânion de Xingó, um dos maiores espetáculos da Terra.
Partimos, então, eu, Marco e Leila Parada. Ela, jornalista experiente que atualmente trabalha na Câmara Municipal do Rio. Ele, cinegrafista não menos experiente que hoje trabalha no departamento de dramaturgia da Rede Globo. Está escalado, inclusive, para filmar cenas da novela global que terá Canindé como cenário, Cordel Encantado.
Dito isso, a única coisa que cansa mesmo é a viagem. Principalmente para quem vai em veículo próprio, pois são cerca de 420 quilômetros de estradas entre ida e volta. No entanto, o bom é afirmar que o passeio de catamarã pelas águas do Rio São Francisco rumo ao cânion supera e compensa qualquer sacrifício. E foi o que aconteceu com a gente. O casal carioca, principalmente, chegou a chorar de emoção durante o percurso pelo Velho Chico. Muito lindo.
E tudo muito profissional. Desde o restaurante até os serviços de bordo no catamarã. Para mim, o único pecado ainda é não poder pagar o passeio (R$ 50,00 por pessoa) com cartão de débito. Um atraso, que deve ser logo corrigido pelos empresários do setor. Mas o que importa mesmo é que o passeio vale à pena para qualquer turista desse mundo. Méritos, eu diria, para Silvia Oliveira, secretária de Turismo de Canindé, e sua equipe de trabalho. E viva o Brasil.

Gilson Sousa

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A prima churrasqueira


Assim já é muita provocação. Domingo de sol, resolvi convidar uns amigos para um churrasco na casa de praia que alugamos na Aruana. Levei minha prima, é claro. Depois que veio do interior para morar no meu apartamento em Aracaju, não desgruda mais de mim. Um saco. Mas tenho que agüentar, afinal é família.
Então tá. Durante a farrinha, cerveja e MPB rolando à vontade, deixei-a encarregada de preparar o fogo na churrasqueira para começar a colocar as carnes. Todo mundo despreocupado. Afinal, é bom ter uma mulher habilidosa nesse tipo de preparativo festivo. E nisso minha prima é nota 10, imaginava eu.
Imaginava, pois sim. Passados vários minutos desde que a ordem foi lançada, eis que fui verificar em que ‘ponto’ estava o churrasco. Qual o quê! Nada de churrasco. A prima, exibida que só ela, estava era se bronzeando perto da churrasqueira. Meteu um biquíni daqueles e ficou lá... Tudo isso para delírio dos meus amigos e ira da minha pessoa. Nada de churrasco. E agora?
“A gente come outras carnes”, sugeriu um gaiato. Eu fiz que não entendi. Estou ficando cheio dessas presepadas da prima. Tio Herinaldo, que já foi pro céu, e tia Malvina, que sequer enxerga mais, também não aprovariam isso. Fiquei p da vida e resolvi ser duro com aquela menina de Capela. “Se continuar me desobedecendo, mando você de volta para o interior”, eu disse. “Você não tem coragem”, ela respondeu. É mole?
Sei não. Só sei que depois pensei direito e deixei a bichinha ficar curtindo o bronzeado dela. Ainda mais depois que pediu, com tanto dengo, para eu passar o óleo bronzeador nas costas e em outras partes do corpo que ela não podia alcançar direito. Quanto ao churrasco, chamei o Bugildo e determinei que tomasse conta da churrasqueira. É trabalho demais para a prima. Além do mais, não quero deixá-la exausta jamais.

Gilson Sousa