domingo, 23 de setembro de 2012

Mobilidade urbana: um desafio e tanto

A partir de janeiro de 2013 a cidade de Aracaju, assim como outras mais de cinco mil Brasil afora, terá um novo prefeito. E desde já, posso garantir, a mobilidade urbana será o grande desafio para esse administrador aracajuano que virá. Seja ele quem for. É óbvio que saúde, educação, segurança, lazer são temas que precisam estar na pauta do dia de qualquer bom prefeito, mas em Aracaju a dor de cabeça já tem direção certa: mobilidade urbana adequada. O tabuleiro de xadrez idealizado pelo engenheiro militar Sebastião Pirro no início da história já não sustenta mais tanto travamento. Atualmente são cerca de 250 mil automóveis, entre grandes e pequenos, acomodando uma população de 600 mil pessoas, mais ou menos. Isso sem contar com os veículos emplacados em Socorro, São Cristóvão ou Barra dos Coqueiros que diariamente circulam pelas ruas da capital. Por esses números, caso houvesse uma fuga em massa da cidade, daria para colocar toda a população da capital confortavelmente nos veículos existentes. Ninguém ficaria a pés. E isso não é nada bom, considerando que não dispomos de espaço físico suficiente para tanta parafernália motorizada. Aracaju, coitada, conta apenas com 174 km², o que é muito pouco para tamanha frota de veículos e insensibilidades. Outra coisa. Não é novidade para ninguém que o transporte coletivo da cidade é um dos piores deste país. Ônibus novo e confortável somente em comercial de televisão. Quem precisa utilizar o transporte público no dia a dia sabe do que estou falando. A história do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), propagada nas campanhas eleitorais, parece-me história para boi dormir. Portanto, o próximo prefeito terá mesmo que quebrar a cabeça para amenizar tal situação, sob pena de ter que administrar uma cidade de estressados e inconsequentes no trânsito. Sabe-se que os últimos administradores tentaram promover melhorias na mobilidade. Algumas acertadas, outras nem tanto. A construção do viaduto do DIA, em 2007, foi um grande acerto. Mas precisamos ser mais desbravadores. Evoluir. Expandir o centro comercial, levantar edifícios-garagens, garantir cada vez mais os espaços dos pedestres, dos ciclistas, dos portadores de deficiências. Chega de egoísmos. A propósito, além de poucas, as principais avenidas aracajuanas são consideravelmente estreitas. E isso, é claro, dificulta o bom fluxo e a mobilidade devida. Vias como a Barão de Maruim, Desembargador Maynard, Contorno, Tancredo Neves, Hermes Fontes, Adélia Franco, Beira Mar, Francisco Porto, Maranhão, Euclides Figueiredo, Rio de Janeiro e algumas outras precisam ser repensadas. Antes que seja tarde demais. Por último, quero dizer que a sinalização vertical de Aracaju deixa muito a desejar. Os agentes de trânsito, na sua maioria, são notadamente despreparados para a função. Até porque não há investimentos direcionados para tal qualificação, pelo o que se percebe. E a educação do povo? Dos motoristas? Pelo amor de Deus! Isso tudo precisa ser anotado pelo próximo prefeito. Antes, reafirmo, que o caos tome conta dessa cidade outrora tranquila. Gilson Sousa