terça-feira, 31 de maio de 2011

Djavan e sua Ária em Aracaju


Enfim, após meses de espera, eis que o mestre da MPB, Djavan, circula pelo Nordeste com seu show Ária. Confesso ter sido uma espera um pouco angustiante. Isso porque esse é o formato de Djavan mais inusitado em toda sua carreira. Antes, já havia acompanhado de perto todos os seus shows em Aracaju e até adjacências. Mas esse, em que ele privilegia músicas que não são de sua autoria, com uma banda extremamente enxuta, causa até frisson.
Sei que a gravação do disco Ária durou cerca de 11 meses, de setembro de 2009 a julho de 2010. O lançamento oficial aconteceu em agosto do ano passado. Alguns outros estados brasileiros, além de países estrangeiros, já tiveram o privilégio de ver o show. Mas nós somente vamos sentir esse gostinho agora, justamente no dia 11 de junho, véspera do dia dos namorados, no belo Teatro Tobias Barreto. Que banaca, né.
Djavan começou sua visita à região passando por Natal, Recife e Fortaleza. Agora vem para sua terra natal, Maceió, chegando depois em Aracaju e Salvador. E nunca é demais frisar que pela primeira vez ele lança um disco como intérprete. “Agora senti necessidade de esquecer de mim como compositor”, disse ele, numa das entrevistas que concedeu durante a época do lançamento.
Além de Djavan no violão, Ária tem André Vasconcelos no baixo acústico, Marcos Suzano na percussão, e Torcuato Mariano na guitarra. Ou seja, só fera nos instrumentos. O repertório do disco, que provavelmente estará todo no show, é formado por preciosidades como Oração ao Tempo, de Caetano Veloso; Sabes Mentir, de Othon Russo; Brigas Nunca Mais, de Vinicius e Tom Jobim; Palco, de Gilberto Gil; Disfarça e Chora, de Cartola e Dalmo Castello; entre outras.
Agora é só esperar a hora de subirem as cortinas.

Gilson Sousa

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Até quando?


Racismo no futebol mais uma vez. Até quando? Essa semana o jogador brasileiro Marcelo, lateral do Real Madrid, da Espanha, divulgou que foi vítima desse crime praticado pelo espanhol Sergio Busquets, meio-campista do Barcelona. Um absurdo que não pode ficar impune.
Segundo o brasileiro, que é negro, o outro o chamou de “mono”, que no português é o mesmo que “macaco”. O fato ocorreu durante uma partida entre as duas equipes no dia 27 de abril. Por enquanto, a Uefa (União das Federações Européias de Futebol) estuda um gancho de cinco partidas para o espanhol.
É dito que o artigo 11 do código disciplinar da entidade impõe que “qualquer um que insulte a dignidade humana de uma pessoa ou um grupo de pessoas (...) incluindo a cor, raça, religião ou etnia, deverá ser suspendido durante cinco partidas por um período específico”. E eu até acho uma punição muito branda.
Afinal, essa é, sem dúvida, uma das piores manifestações agressivas cometida entre seres humanos. A prática do racismo ou qualquer outra revelação preconceituosa, precisa ter um fim. “Deus, ó Deus, onde estás que não respondes?”, já clamava o poeta baiano.

Gilson Sousa

Foto: AFP