quinta-feira, 29 de abril de 2010

Tarefas árduas para o Mister M


Acho que essas nem o Mister M explicaria com clareza: em Belém, um bebê some ainda na barriga da jovem mãe pouco antes da hora do parto; em Aracaju, uma senhora de 65 anos, viúva, recebe exame médico atestando uma gravidez de gêmeos. Ou seja, como disse Caetano Veloso, “alguma coisa está fora da nova ordem mundial”. Sendo assim, seria preciso um baita Tratado para explicar, com convencimento, tais situações esdrúxulas.
No caso de Belém, a jovem Lana da Silva Pimenta fez pré-natal, mas na hora do parto foi avisada na cirurgia que não havia feto. “Como eu poderia enganar a médica do pré-natal, a enfermeira e o médico da Santa Casa? Que coração é esse que teria na barriga?”, questiona a paciente Lana.
Segundo as informações, dez dias antes do parto vazio a moça procurou a Santa Casa. Depois de examiná-la, um ginecologista indicou "os batimentos cardíacos do feto" e disse que o bebê estava sentado, em posição pélvica. Só que durante a cirurgia ela teve uma surpresa, pois o médico disse que não havia bebê. Virou caso de polícia.
Já em Aracaju o caso é uma pérola: uma senhora de 65 anos, dona Anatécia, procurou um Centro de Atendimento Médico da Prefeitura Municipal para fazer exames de rotina e teve como resultado uma gravidez de nove meses de gestação. E de gêmeos, com detalhes minuciosos apontados no resultado do exame.
O fato acabou virando motivo de chacota entre familiares e amigos da senhora. Aliás, dona Anatécia, além de mãe ultrapassada é também uma senhora hipertensa, tem labirintite, colesterol alto e recentemente fez cirurgia no coração. Vejam quanta desgraça junta. Será que o nosso Mister M explica essa?

Gilson Sousa

terça-feira, 27 de abril de 2010

Exibicionismo desnecessário


Exibicionismo sempre foi uma coisa feia. Aliás, nos tempos do Império Romano até que se tolerava o ato de governantes exibirem com pompa tudo o que iludia o povo, principalmente quando se tratava de desfiles pós-guerra vitoriosa. Nos tempos de hoje, essa é uma prática feia sim. E a mania de exibir em praça pública viaturas policiais ou outros equipamentos comprados com o dinheiro do próprio povo é um acinte.
Isso aconteceu, mais uma vez, dia desses no Centro de Aracaju. Sem noção, o governo do Estado ocupou várias vagas de veículos no caótico trânsito da região para deixar dezenas de automóveis da polícia expostos o dia inteiro. Além disso, ocupou, é claro, outra centena de policiais para tomar conta dos carros. Algo sem precisão, ainda mais num momento crucial para a segurança pública em Sergipe.
Diariamente, todos estão constatando, são centenas de queixas da população denunciando a falta de patrulhamento nas ruas e a conseqüente ação dos meliantes. Então essa história de gastar praticamente um dia para expor veículos em praças deveria ter um fim. Compre sim, governador, mas bote logo na rua para trabalhar. A população precisa é de segurança e não de exibicionismo.
A propósito, por essas e outras, a senadora Maria do Carmo está com seu mandato na berlinda. Na eleição passada, em 2006, andou expondo demais as ambulâncias recém adquiridas pelo Samu, e isso acabou sendo caracterizado como crime eleitoral. É bom ficar de olho nesse tipo de alerta. Afinal, vamos deixar a prática de se exibir para os artistas. Eles sim, estão podendo.

A foto é de Maria Odília

Gilson Sousa

terça-feira, 20 de abril de 2010

Pulseira do sexo virou tormento


Andava meio intrigado com essa história de “pulseiras do sexo” ganhando destaque na mídia. Quase todos os dias, uma notícia nova relativa ao assunto virava manchete. Cidades e mais cidades Brasil afora começaram a proibir o uso. Mas o que é mesmo essa tal pulseira do sexo? Por que tanto vexame? Aí fui querer saber.
Segundo o que li, trata-se de adereços muito utilizados pelas adolescentes e que significam códigos para experiências sexuais entre os próprios adolescentes, desde um simples abraço até os finalmentes na cama. Ou seja, cada cor de pulseira representa uma fase da libidinagem. (veja a tabela no final do texto).
Portanto, é mesmo de preocupar os pais e responsáveis por essa meninada. A questão do sexo na adolescência não é novidade para ninguém, é certo, mas precisa ter limites, principalmente responsabilidade e consciência. Não é para sair fazendo assim por conta de uma pulseira colorida. É ou não é?
Aliás, soube até que os camelôs vendem 12 pulseiras a um preço médio de R$ 1,00. E mais: quem as usa está automaticamente participando do jogo do sexo, geralmente em ambientes escolares, festinhas ou condomínios. Uns tentam quebrar as pulseiras dos outros e quem consegue acaba sendo ‘premiado’ com o ato que a cor do objeto quebrado indica. “Arrepare”, diria o amigo Osmário Santos.
Infelizmente, as tiras coloridas de plástico estão na moda entre crianças e adolescentes brasileiros, mas recentemente a aparente brincadeira tornou-se caso de polícia depois que autoridades de Londrina e Manaus as vincularam com estupros e crimes contra menores. A polêmica começou no final do mês passado quando uma menina de 13 anos denunciou que quatro adolescentes a estupraram em Londrina após arrebentarem à força suas pulseiras pretas (que significa ter relações sexuais).
A brincadeira teve início na Inglaterra, onde é conhecida como Snap. Lá, as pulseiras são chamadas de “shag bands” (“pulseiras do sexo”, em tradução livre). Aqui em Aracaju, a vereadora Simone Góis (PT) já tratou de apresentar projeto de lei na Câmara Municipal para proibir o uso. Muito bem. Mande essa molecada segurar o ‘tchan’.

Confira os significados das cores das pulseiras:
> Amarela – abraço
> Rosa – mostrar o peito
> Laranja – dentadinha de amor
> Roxa – beijo com a língua, talvez sexo
> Vermelha – dança erótica
> Verde – chupões no pescoço
> Branca – a menina escolhe o que quer
> Azul – sexo oral a ser praticado pela menina
> Preta – fazer sexo com quem arrancar a pulseira
> Dourado – fazer todos os citados acima
Fonte: www.nazaresorrillo.com.br


Gilson Sousa

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Ousadia sem limite


Cá pra nós: um cabra que tem coragem de subir ao topo da estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, para fazer pichações, na verdade tem também coragem para matar a própria mãe. Eu acredito. Por esse motivo, os pichadores do Cristo precisam ser caçados e punidos severamente, até porque o próprio crime de vandalismo já implica em sérios problemas com a justiça.
As pichações na cabeça da estátua, que foi eleita recentemente uma das sete novas maravilhas do mundo, foram descobertas ontem. Os caras subiram no monumento gigante e escreveram frases como “onde está a engenheira Patrícia?” e “quando os gatos saem, os ratos fazem a festa”. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, classificou o ataque de “crime de lesa-pátria”. E não era para menos.
Pelo o que foi apurado até agora, os vândalos subiram pelos andaimes que cercam a estátua para uma obra de restauração e picharam principalmente braços, peito e rosto. “Nós vamos descobrir o responsável pelo ataque. É inadmissível que no momento que a cidade está passando, alguém pense em fazer uma coisa destas’”, afirmou Eduardo Paes.
A alusão dos pichadores feita à engenheira Patrícia Franco, desaparecida no Rio desde junho de 2008, deixou o pai da moça, Antônio Celso Franco, indignado. “Isso não é protesto, é ato de vandalismo. Nossa família jamais faria isso nem nenhum dos nossos amigos. Repudiamos esse tipo de atitude”, afirmou. Resta agora às autoridades da área de segurança começarem a agir para reparar o dano material e principalmente moral, já que o Rio não merece tanta agressão descabida.

Fonte: www.ig.com.br

Gilson Sousa

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Motinha e Adelson na contramão


Essa eu não poderia deixar de registrar. E vai endereçada ao meu amigo jornalista Álvaro Miller, bom baiano de Alagoinhas, mas também torcedor do quase rebaixado Clube Sportivo Sergipe. Eis que na sessão ordinária da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (quase de cinzas), o nobre deputado Adelson Barreto (aquele que praticamente só sabe ler ata), apresentou um Requerimento de Congratulações ao senhor Antônio Soares da Mota, mais conhecido como Motinha.
E congratulações por causa de quê?, perguntar-me-ia o caro Álvaro e mais alguns poucos torcedores do Sergipe que por ventura tenham acesso a este texto. Congratulações ao senhor Motinha por estar completando 30 anos (eu disse 30 anos) à frente da presidência do clube. Isso mesmo. O clube centenário que vem passando por momentos terríveis, com praticamente a torcida em peso pedindo a saída do presidente, recebe agora esta notícia profícua. É mole ou quer mais?
Ah, sim. Eu já ia esquecendo: o requerimento de Adelson Barreto foi devidamente aprovado pelos demais deputados estaduais. E isso é o que eu chamo de contramão da história.

Gilson Sousa

terça-feira, 6 de abril de 2010

Perigo à vista na ponte


Os muito afoitos na arte de bajular que me perdoem, mas a ponte Joel Silveira, apontada como a maior obra de infraestrutura do atual governo, é muito da mal feita. Não do ponto de vista arquitetônico nem muito menos estrutural, mas sim do ponto de vista prático e funcional. Foi erguida sobre o rio Vaza Barris sem a mínima preocupação com o futuro tráfego de veículos na região sul litorânea de Sergipe. Aliás, um futuro tráfego que promete ser dos mais intensos em nosso estado.
Vejamos então: a ponte Joel Silveira tem 1.080 metros de comprimento de vão, 11 metros de largura e um total de 420 metros nas cabeceiras. Possui apenas duas pistas de rolamento de 3,5 metros cada, configurando mão e contramão, e aí é onde mora o perigo. As ultrapassagens serão dificílimas. Mas você acha que todo mundo vai respeitar o Código de Trânsito e nunca ultrapassar no percurso da ponte? Ah, vai ultrapassar sim. Mas como? São apenas 3,5 metros e no meio existem tachões amarelos grudados na pista que são convidativos à tragédia. Pode crer.
Aqui não vai nenhum agouro, Deus me livre, mas vão acontecer acidentes lamentáveis naquela ponte. Imagine você um cidadão com ‘umas duas’ na cabeça voltando das praias daquela região e com uma certa pressa para chegar em Aracaju ou no céu. Vai querer ultrapassar na ponte e vai se estropiar. Repare bem. Imagine aquele engarrafamento que poderia ter sido evitado, se o governo gastasse um pouco mais de dinheiro para alargar as pistas. Um horror. Mas como nem tudo está perdido, ainda bem que a ponte tem ciclovia, área de passeio e um pequeno acostamento parcial de dois metros. Ufa!

* A foto é de Marco Vieira

Gilson Sousa

domingo, 4 de abril de 2010

Diálogo de São Jorge


São Jorge mandou chamar yayá pro quiti. Não queria bater, só queria falar. Aí ele disse: só não tenho é tempo e paciência para acolher seus caprichos, minha yayá. Mas tenho curiosidade de montão. Queria saber primeiro porque nunca atende meus chamados exatamente quando preciso de você. Quase nunca sorri para mim, e isso abstrai meu cantarolar. Dificilmente diz não para mim, mas muito raramente diz sim. Então a espada vai ficar arrimada num canto do quiti também.
São Jorge gosta da gente. É o guerreiro que mais procura a paz. Se yayá não quiser, não precisa carregar o peso do mandú. O cavalo dele também é alentado. O que não pode é fazer de conta que o homi é presumido. Aí Jorge diz: não queira brincar com essa dança de amor. Se apegue ao bastão dos fortes. Amanhã, se o dia for nublado e o miringui aportar, estenda os braços. Yayá não precisa comprar medo, só precisa ouvir. Então esqueça essa dança.
São Jorge é por todos nós. O que veio, o que virá e o que já foi. Não tem dragão nesse mundo de Deus que resista à sua lança. Mas se o amor lhe pegar pra valer – só se for pra valer yayá – separe um perfume triscado e anoiteça com as flores. Aí Jorge vai lhe dizer pra sempre: a dança é breve, mas os passos continuam. Só consegue atravessar o amor quem lançar mão do aporongá pulsante e derrotar o monstro que yayá nenhuma consegue enxergar. Isso todo dia, meu Pai.

Gilson Sousa