sábado, 30 de outubro de 2010

Salvem os amigos caranguejos!


Ainda bem que essa história de caranguejo-uçá ficar gordo somente em meses escritos sem a letra ‘r’ (maio, junho, julho e agosto) é pra valer. Caso contrário, esses crustáceos que são mesmo uma delícia no prato já estariam extintos. Pelo menos em Aracaju e boa parte do restante do país, onde o consumo gastronômico é exagerado, mesmo eles estando ‘magrinhos’. Aliás, não existem dados oficiais sobre essa comilança do animal de oito pernas e duas garras, mas os indícios nos apontam uma possível escassez dentro de breves tempos. E isso seria uma tragédia.
Não bastasse a cata desenfreada para o consumo humano, a poluição nos manguezais e o descuido com a preservação do habitat natural do bicho afetam diretamente na reprodução. Eu morro de pena, mas não deixo de comer. Lembro, inclusive, com saudade daqueles tempos em que sentávamos nos quiosques ao longo da praia de Atalaia e devorávamos dúzias e mais dúzias de caranguejos enormes, apetitosos. Hoje não se pode mais fazer isso em mesas de bares. Até porque o preço está nas alturas. No máximo, pedimos uns seis e nos damos por satisfeitos.
Mas confesso aqui minha preocupação com o fato. A espécie, segundo os especialistas, leva de sete a oito anos para chegar à fase adulta. Por isso não se recomenda capturá-la com carapaça abaixo dos sete centímetros. E quase ninguém atenta para isso. Estão capturando – e consumindo - o animal com tamanho abaixo do recomendado. Sem falar que ainda tem muita gente achando que comer a fêmea é algo que satisfaz ainda mais o paladar. A fêmea, é claro, do caranguejo. Como é que pode?
Tudo bem que na região Nordeste o caranguejo-uçá seja um importante recurso pesqueiro, com elevado valor sócio-econômico, gerando emprego e renda para milhares de famílias que habitam zonas litorâneas, mas até essa condição precisa ser revista. Até porque a própria atividade pode entrar em colapso num curto espaço de tempo. Atentem bem. Ou a gente se preocupa com essa questão agora, ou num futuro bem próximo comer caranguejo num barzinho de Aracaju será apenas coisa do passado que acabou virando assunto saudoso numa roda de conversa qualquer. Ainda bem que a cerveja gelada não corre o risco de extinção.

Gilson Sousa

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Logo você, Xuxa!?


É muita cara de pau dessa moça chamada Xuxa Meneguel aparecer num comercial institucional da rede Globo de televisão criticando o abuso sexual contra adolescentes no Brasil. Logo ela. Para quem não sabe, em 1982 a moça fez parte do elenco do filme pornô ‘Amor estranho amor’. Sua participação? Adivinhem. Justamente seduzindo e fazendo sexo com um garoto de 12 anos. Após esse filme, dizem, ela ganhou o apelido de Rainha dos baixinhos. Muito bem dado.
A senhora que hoje se passa de boa gente, com os cofres particulares abarrotados de dinheiro dos bestas, no filme fez o papel de uma ninfeta atrevida, que trabalha no bordel de Anna (Vera Fischer), mãe do garoto Hugo (Marcelo Ribeiro), prostituta e amante do governador de São Paulo (Tarcísio Meira). Chamada de Tâmara no filme, essa Xuxa que tanto encanta os brasileiros leiloou a sua falsa virgindade entre os freqüentadores mais ricos de uma festa, depois seduziu o garoto Hugo e mandou brasa num explícito ato de pedofilia.
No Brasil, é claro, o filme tem sua comercialização e distribuição proibidas pela própria Xuxa, porém foi lançado em DVD nos Estados Unidos com o título “Love Strange Love“. A produtora americana não vendeu os direitos à moça. E quem quiser ver um pedaço da cena da transa de Xuxa com o menino é só acessar o link: http://webmais.com/xuxa-amor-estranho-amor/. Bom divertimento.


Gilson Sousa

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Internet virou lixeira eleitoral


O uso da internet para divulgação – positiva e negativa – das campanhas eleitorais do Brasil neste ano realmente obteve uma dimensão estrondosa. Diariamente, dezenas de e-mails pró e contra as candidaturas de Dilma Roussef e José Serra chegam à minha caixa de mensagens e nas de outros milhões de brasileiros país afora. São dezenas de ataques descabidos, elogios fantasiosos, mentiras deslavadas, invenções mirabolantes, vídeos insultuosos, textos ofensivos. Tudo em nome de uma eleição de tamanha importância para um povo atordoado.
Digo que votei em Dilma Roussef no primeiro turno das eleições e certamente votarei nela no próximo domingo, 31. Não que essa mulher seja a candidata dos meus sonhos. Mas sim por representar a continuidade do projeto de governo implantado por Luiz Inácio Lula da Silva. Abomino a ideia de retroagir nas questões sociais, morais e até cívicas neste país. Todavia, sinceramente, estou abominando também esse bombardeio de informações que só rebaixam o nível de uma campanha que era para ser exemplar e de alto nível em todo o território nacional e principalmente virtual.
Para mim, o que está acontecendo com esse uso desmedido da internet é uma tentativa de influência que pode se transformar numa espécie de ‘tiro no pé’. Um jogo de informações que não colabora com a dignidade das pessoas. Até porque a utilização do ‘span’ nas redes sociais é mesmo uma coisa irritante. Ninguém gosta de ter sua caixa de mensagens inundada de bobagens inoportunas. Portanto, é preciso se pensar nisso antes de encaminhar e-mails de campanha política sem que o destinatário acene com a concordância. Vamos jogar sempre limpo, mesmo que o adversário não seja tão correto assim.

Gilson Sousa

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Tecnologia digital: o terror dos corruptos


Que gente corrupta no serviço público integra o time dos idiotas, disso todo mundo já sabia. Só que não precisa se expor tanto. Em plena era da tecnologia digital acessível a todos, gente que usa de má fé para roubar ou desviar dinheiro, pensa que pode viver na impunidade o tempo todo. Não pode. E é por isso que quase que diariamente a gente acompanha pelos noticiários o flagrante em políticos com mandato, diretores de órgãos, policiais e até simples servidores públicos.
É muita gente metendo a mão no dinheiro público de forma covarde. Muitos deles não estão nem aí para o povo. Mas como são idiotas mesmo, como eu já disse, não se ligam que um simples aparelho de telefone celular pode gravar conversas, filmar e fotografar; uma caneta pode estar com uma câmera acoplada; uma pasta pode conter uma filmadora com microfone; ou seja, nessas horas o ‘big brother’ se transforma numa arma letal contra corruptos, mas benéfica para a sociedade.
Nos últimos dez anos, pelo menos, temos visto cenas de corrupção apavorantes neste país. A mais recente aconteceu em Mato Grosso do Sul, na cidade de Dourados, mas várias outras vêm sendo captadas quase que diariamente no Brasil. Aliás, reportagem do Correio Braziliense publicada em maio deste ano mostra que o preço da corrupção custa para o Brasil entre R$ 41,5 e R$ 69,1 bilhões por ano. A estimativa é de um estudo encomendado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).
Agora, reflitam vocês comigo. Isso tudo vem à tona hoje por conta exatamente da tecnologia, indignação e coragem do povo oprimido durante séculos. Imaginem como era no passado, quando não existia nada para filmar, gravar ou até mesmo fotografar um flagrante. Quando não havia sequer a Lei de Responsabilidade Fiscal. Imaginem quanta ‘gente boa’ no Brasil ficou milionária se locupletando do erário. Até porque, até hoje, a fragilidade nas regras impostas aos ordenadores de despesas com o dinheiro público representa um convite para o roubo. E só não rouba nesse país quem é honesto de berço, tenham certeza.

Gilson Sousa

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Gualberto e a eleição limpa


As eleições envolvendo candidatos sergipanos foram concretizadas ontem e com isso posso respirar aliviado. Meu candidato a deputado estadual, Francisco Gualberto, conseguiu a reeleição graças a um esforço tremendo de sua militância política. E é justamente sobre isso que quero escrever agora.
Confesso que impressionou-me os rumos tortuosos que tomaram as campanhas eleitorais este ano em Sergipe e nos demais estados, acredito. A força do dinheiro é quem dá as cartas. Não existe mais ideologia, simpatia ou paixão por uma causa política. Existe sim convencimento e conquista. E só por isso conseguimos eleger Gualberto.
Devo dizer que nunca antes havia participado intensivamente de uma campanha eleitoral. Quase sempre estive do outro lado do balcão, ou seja, numa redação de jornal acompanhando como repórter. Mas dessa vez foi diferente. Estava eu no dia-a-dia com o candidato percorrendo o interior, panfletando em Aracaju e seguindo os passos da campanha na sua intimidade.
Vi e revi, ouvi, presenciei e me impressionei com dezenas de histórias de compradores de voto. Boa parte fácil de comprovar. Mas só o Tribunal Regional Eleitoral e muito menos a Procuradoria Federal constataram tal coisa. Foi muito dinheiro de candidato – não se sabe bem a origem – circulando por aí. No entanto, adianto: nenhum centavo desses nas mãos de Gualberto. Fizemos uma campanha limpa, decente, honesta e conseguimos o objetivo da eleição. Podem acreditar.
Por essa razão, a minha comemoração vale mais à pena. A reeleição de Gualberto, com 22.220 votos devidamente conquistados, representou uma espécie de ‘último ato do último dos moicanos’ na política local. Conseguimos um mandato utilizando somente a militância na rua, sem estrutura pomposa alguma. E agora o nosso deputado, que não deve a cabeça e muito menos a consciência a ninguém, poderá nos representar com dignidade no parlamento estadual.
Poucos poderão fazer isso por lá. Disso eu tenho certeza. Portanto, valeu Sergipe. Valeu Gualberto.

Gilson Sousa