segunda-feira, 25 de maio de 2009

João Mello, meu herói


O senhor ali na fotografia, conversando de forma descontraída comigo, é uma das pessoas que não canso de reverenciar. Trata-se de João Mello, compositor, cantor, produtor musical e responsável pela descoberta de grandes talentos da música popular brasileira entre as décadas de 1960 e 1970. Entre as descobertas está o refinado Djavan. Meu ídolo maior na MPB, confesso. O que aumenta ainda mais minha admiração por João Mello, que no próximo dia 24 de junho completará 88 anos de idade.
A história desse senhor querido por todos está contada no livro ‘João Ventura, Cidadão de Aracaju’. Uma autobiografia lançada em 2005. Alguns anos antes, eu mesmo tinha feito uma extensa entrevista com ele, publicada num site de música do Rio de Janeiro e republicada aqui em Aracaju pelo Cinform. Daí então, não deixei mais de acompanhar os passos desse artista que há pouco tempo produziu e lançou o ótimo disco ‘Coração só faz bater’. Um apanhado de sambas de altíssimo nível, incluindo Sambou... Sambou, parceria histórica com João Donato.
Além de Djavan, como já citei, quando trabalhava como produtor musical na gravadora Som Livre, João Mello abriu as portas para desaguar o talento do então Jorge Ben, hoje Bem Jor, do grupo vocal MPB 4, e tantos outros. Trabalhava como braço direito do diretor geral João Araújo, pai do Cazuza. Naquela época também, João Mello conciliava a atividade de produtor com a de músico profissional. Chegou a cantar na noite carioca e baiana, fez sucesso ao lado de grandes estrelas da época do rádio e gravou com Elizete Cardoso, Baden Powell e outros.
A história do Djavan, que é a que mais me interessa, é muito curiosa. O alagoano pobre e faminto venceu pelo talento. João me contou que em 1973, Djavan foi para o Rio de Janeiro pedir ajuda ao amigo radialista Edson Mauro, também alagoano. Edson, que era da Rádio Globo, o apresentou a Adelzon Alves, que o levou para João Mello. Aí o nosso João ficou encantando quando Djavan empunhou o violão e desfilou um repertório magistral de músicas autorais e inéditas.
Não deu outra. João Mello lhe deu a oportunidade de gravar músicas de outros artistas para as novelas da Rede Globo. A primeira foi ‘Alegre menina’, de Jorge Amado e Dorival Caymmi, para a novela Gabriela. Depois gravou ‘Calmaria e vendaval’, de Toquinho e Vinícius de Moraes, da novela Fogo sobre terra. Daí vieram outras gravações, mas o reconhecimento aconteceu mesmo em 1975, quando Djavan participou do Festival Abertura e conquistou o segundo lugar com a música ‘Fato consumado’, sugerida pelo próprio João.
Sem muito o que fazer diante do enome talento, em 1976 a Som Livre bancou a gravação do primeiro LP do rapaz alagoano, tendo a faixa ‘Flor de lis’, como um dos seus grandes sucessos. O nome do disco era A voz e o violão de Djavan. Quem assinou a produção foi Aloizio de Oliveira, mas João acompanhou tudo de pertinho nos estúdios. O restante da história de Djavan todos nós estamos carecas de saber. E o nosso João, vivíssimo da silva para contar histórias, continua curtindo sua vida de aposentado aqui em Aracaju, bem pertinho da gente e do nosso coração. Valeu.

Gilson Sousa

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Tatuagem no bumbum pode dar cadeia


Tudo o que ela queria, no fundo no fundo, era proporcionar uma agradável surpresa para o namorado. Mas o caso acabou na delegacia. E na boca do povo também. Além de ter sido o fato mais inusitado que ouvi no rádio nos últimos anos.
Explico: numa dessas manhãs quando me desloco de casa para o trabalho ouvindo rádio no carro, deparei-me com Gilmar Carvalho gritando que iria contar uma história intrigante e lastimável. Algo que tinha acontecido com uma jovem no interior de um estúdio de tatuagens em Aracaju. Fiquei curioso.
O radialista abriu a ‘matéria’ pedindo para que a própria moça, devidamente identificada, contasse a história. Muito humilde, mas demonstrando estar p. da vida, ela disse que procurou um tatuador profissional para fazer o desenho perpétuo no seu bumbum. Uma espécie de homenagem secreta ao namorado. Tudo bem, pois cada um sabe onde o furo dói. Certo ou errado?
Pois sim. Eis que o tatuador pediu para que a moça, segundo ela, ficasse deitada de bumbum pra cima, é claro, e concentrada sem poder olhar para trás. Dito e feito. Só que minutos depois, meio impaciente, a moça resolveu dar uma olhadinha no serviço e levantou a cabeça. Daí viu o que não queria ver.
O senhor tatuador, segundo ela, estava a contemplar a beleza do bumbum e, sem muita cerimônia, viajando numa masturbação desenfreada. Foi um Deus nos acuda. Pois a moça pulou da maca, esbravejou, vestiu seus trajes e correu para a delegacia de polícia mais próxima. Indignada, é claro. Afinal, tinham violado o direito de paz do seu bumbum arrebitado à espera de um desenho exclusivo para o sortudo namorado.
Por fim, o radialista fez por bem ir ouvir o outro lado da história. Mandou um repórter procurar o tatuador ‘tarado’ e o colocou no ar também. Aí foi só baixaria. “Ela vai ter que provar que isso aconteceu”, dizia o moço, cheio de convicção. “Já estou preparando uma ação judicial contra ela. Vou acusá-la de calúnia, difamação e injúria”, alardeou o homem, que jura jamais ter se masturbado diante do bumbum da moça.
Depois disso, cheguei ao estacionamento do trabalho, desliguei o rádio e saí caminhando em direção ao escritório, convicto de que certas homenagens de namorada, é melhor não levar muito a sério.

Gilson Sousa

terça-feira, 19 de maio de 2009

Parem de esculhambar com o forró


Tá chegando pra valer a temporada de forró. Para nós, sergipanos, uma época de glória. Uma identidade de sangue. Coisa de paixão, já que se trata de um período em que poderemos dançar juntinhos com os pares, sem cotoveladas propositais, sem pulos idiotas, sem mãozinha no joelho, mas com direito a uns esfregõezinhos de vez em quando. É ou não é?
Lógico que o período junino representa a maior festividade da nossa terra. Tem Santo Antônio, tem São João e tem São Pedro para comemorar. Tem colheita de alimentos na roça e tem muita moça querendo casar. Um monte de bebida quente ou gelada esperando pela golada em tudo quanto é bar. Tem música de amor, música alegre, música triste e tudo quanto é música pra dançar.
Êpa! Música pra dançar? Pois é aí que mora o problema que quero aqui contestar.
Pelo amor de Deus, ruma de baiano sem pai e sem mãe. Deixem em paz o nosso forró e vão ganhar dinheiro em outro lugar nessa época do ano. Não dá mais para ver os bostas do Asa de Águia, Banda Eva e outras porcarias invadindo as festas juninas para descaracterizar uma tradição e ainda encher o bolso de dinheiro dos bestas daqui. Isso é injusto.
Parem de esculhambar com o forró. Já basta aquele monte de banda eletrônica, estilo Calcinha Preta e Aviões do Forró, detonando com nossa originalidade. Não queremos e não precisamos de banda baiana de axé por aqui durante o período junino. Assim como não toleramos essas duplas sertanejas se esgoelando nos palcos onde deveriam prevalecer os trios de pé de serra e os sanfoneiros legítimos.
Por essas e outras, está decretado: o empresário fdp que trouxer esse povo ‘nada a ver’ para as nossas festas juninas, vai arder no inferno pela eternidade e ainda vai ter o prazer de ver a mulher (esposa, noiva, namorada) devorada pelos negões da Timbalada, sem cuspe nem piedade. Experimente.

Gilson Sousa

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Stand by Me e o talento de rua mundo afora


Dia desses, ao cumprir a rotina diária de abrir a caixa de e-mails, me deparei com um muito bacana enviado pelo amigo Mateus, da Petrobras. O título era justamente Stand by Me, referência direta à música de Benjamin Earl Nelson, conhecido como Bem E. King, que depois ganhou versão do John Lennon. Em português significa algo como ‘fique comigo’.
Abri o e-mail e fiquei deslumbrado com o conteúdo em vídeo. Uma série de artistas de rua, de vários países, cantando e tocando a canção que fala de solidariedade, amor e compreensão. O detalhe, como se não bastasse a beleza das cenas naturais gravadas nas ruas, é que todos os artistas mostrados são cegos.
Daí lembrei imediatamente do nosso inconfundível Artur, artista de rua cego que durante anos seguidos tocou pelas praças e vias do Centro comercial de Aracaju, principalmente no encontro de calçadões. Hoje, ele e sua cadeira de rodas perambulam entre os bares da orlinha da Coroa do Meio.
Um seresteiro nato, aplaudido por uns e rejeitado por outros, como são todos os artistas que têm somente as ruas da cidade para desaguar seu talento e determinação. E bem por isso, fica aqui registrada a minha homenagem de admirador. Vida longa ao Artur e seu talento com o violão; ao Roger Ridley, californiano que puxa a música Stand by Me no vídeo, e aos milhares de homens e mulheres que detêm a sabedoria popular e sobrevivem à margem do capitalismo burguês que não entende os traços decisórios da cultura de raiz.
A propósito, não é de agora que reverencio essa turma que transforma as ruas em palcos. No Rio de Janeiro, em época de faculdade, lembro que gostava de ouvir o som de um velho saxofonista que passava horas tocando na saída da estação do Metrô da Carioca, na avenida Rio Branco. Um espetáculo que chamava a atenção de centenas de pessoas, uns colaborando com moedas e outros simplesmente assistindo, e que levarei na memória com carinho e admiração pelo resto de minha vida.

Gilson Sousa

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Vizinho de viagem


Chico Ribeiro Neto é jornalista (chicoribe@gmail.com)

Ter um vizinho de poltrona desconhecido, numa viagem de ônibus ou de avião, pode ser um prazer ou uma chateação. Todo mundo tem uma história de alguma viagem em que teve um vizinho “mala”, engraçado ou interessante.
Uma vez, num ônibus urbano, em Salvador, uma criança no colo da mãe vomitou bem no meu colo. Detalhe: eu era repórter da “Tribuna da Bahia”, estava de terno e tinha entrevista marcada com o secretário de Educação, que despachava na Graça. Outra vez, viajando pra Ipiaú, um gordão sentou do meu lado. O cara ocupava uma cadeira e meia.
Mas nada mais curioso do que a companheira de viagem que se sentou ao meu lado, num ônibus de Aracaju para Salvador. Simpática e atenciosa, com poucos minutos de prosa ela me disse que praticava a urinoterapia, esse negócio de beber a própria urina. Disse que um dos líderes “já esteve em Jô Soares”.
Animada, passou a contar os benefícios da inusitada terapia, assegurando que “a melhor urina é a primeira do dia, a que traz mais benefícios”. Prefiro a cerveja em estado natural.
Minha primeira informação da urina como remédio foi prestada pelo meu irmão, Cleomar, quando foi, adolescente, à Gamboa do Morro, vizinho a Morro de São Paulo. Pisou no ferrão de um peixe chamado “pucumã” (em Salvador conhecido como “beatriz”), que fica escondido na areia da praia, só com o ferrão pra fora. Teve febre, frio e dor de cabeça. Um pescador ensinou o remédio a uma tia minha: uma moça virgem tinha que urinar em cima do local. Uma prima foi a convocada, mas primeiro mandou Cleomar fechar os olhos.
Animada, minha companheira de viagem continuava a descrever os benefícios da urinoterapia. Paciente, limitei-me a ouvi-la, sem fazer nenhum comentário. Discordar poderia até ser perigoso. Só fiquei preocupado quando ela levantou-se para ir ao banheiro do ônibus: “Será que na volta vai me trazer algum suquinho?”

terça-feira, 12 de maio de 2009

Sim, nós temos orquestra sinfônica


A turnê que a Orquestra Sinfônica de Sergipe está fazendo pelos principais centros culturais do país enche nosso peito de orgulho. É ou não é? Tudo bem que essa coisa de música clássica não contagia positivamente tanta gente assim, mas é inegável que se trata de um produto cultural de alto nível. E é por isso que fico orgulhoso quando vejo que Sergipe produz exatamente isso.
A viagem começou em Aracaju, no Teatro Tobias Barreto. Fui conferir – era de graça – e gostei do que vi e ouvi. É claro que tem momentos sonolentos, mas aguentei firme. No repertório, as peças ‘Toronubá’ de Dimitri Cervo; o concerto para piano e orquestra nº3, op.30, em ré menor de Sergei Rachmaninoff; e ainda uma homenagem a Villa-Lobos (50 anos de falecido) com a apresentação da Suíte nº1 para Orquestra de Câmara. Isso sem falar no bem impresso encarte distribuído com o público, contando a história da orquestra e detalhando toda a turnê que passa pelas cidades de Curitiba (Teatro Guairá, ontem), Rio de Janeiro (Sala Cecília Meirelles, hoje), Brasília (Teatro Nacional Cláudio Santoro, quinta-feira) e São Paulo (Sala São Paulo, domingo).
A propósito, hoje mesmo assisti pela TV Sergipe uma materiazinha simples, mas que deixou claro que o grupo sergipano encheu de emoção o público curitibano na apresentação de ontem. Uma beleza. Ainda mais porque acabei de ler numa revista especializada em música clássica, Revista Concerto (março de 2009), que essa nossa orquestra é considerada a “Orquestra de Destacada Produção da Região Nordeste do País”. Quer mais o quê?

Foto: Jorge Henrique

Gilson Sousa

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Chega de mordaça!


Mais do que uma obrigação, acho-me no dever moral de prestar aqui minha solidariedade a colegas profissionais da comunicação que vêm sendo covardemente perseguidos e ameaçados por instrumentos judiciais arcaicos e sem sustentação lógica. Refiro-me a pessoas como Cláudio Nunes, Cristian Góes, Gilvan Manoel, Gilmar Carvalho, Eduardo Abril, Luiz Eduardo Costa, entre outros, que corajosamente cumpriram o dever de informar com precisão à sociedade sergipana sobre os desmandos administrativos que resultaram na famigerada Operação Navalha, da Polícia Federal, há cerca de dois anos.
Pois bem. Gente comprovadamente envolvida com os escândalos e que não teve pena do dinheiro público, agora quer arrancar na tora mais dinheiro desses comunicadores profissionais. Essa gente, meus caros, está usando a justiça para agredir e intimidar da forma mais covarde. Está querendo, através de centenas de processos judiciais, deixar na falência empresas de comunicação e os próprios profissionais. Um absurdo, acompanhado de perto pelo Ministério Público Federal, que ainda pode reverter esse quadro inconseqüente de fatos.
Portanto, nada mais justo para nós produtores de comunicação social com responsabilidade, que repudiar com veemência a atitude dos ladrões indiciados na Navalha. Repudiar também algumas decisões judiciais equivocadas, que só prejudicam em cheio os preceitos da liberdade de expressão e a própria forma de comunicar com isenção, segurança e culpabilidade. Chega de mordaça.
A propósito, a respeito do assunto, o jornalista Luiz Eduardo Costa escreveu artigo com recado direto aos magistrados incompetentes que não honram certas determinações superiores e muito menos a toga que usam para cobrir seus balaios de brio insustentável, desfaçatez e desonestidade. Eis um trecho do artigo:
“Parece que as lições do ministro do STF, Carlos Britto, aqui em Sergipe, terra da mordaça, túmulo da liberdade de expressão, mausoléu da cidadania, sepulcro caiado onde risonhamente se dão muito bem tantos anjos da cara suja, aqui em Sergipe, onde se costuma diariamente desonrar o sangue que Fausto Cardoso derramou em holocausto à liberdade, aqui, as palavras de Carlos Britto pedagogicamente revelaram-se inúteis. Poucos quiseram sobre elas meditar, e delas fazer uma interpretação necessariamente calcada no respeito ao pensamento, à liberdade e à cidadania”.

Gilson Sousa

domingo, 10 de maio de 2009

Amor é o que interessa


Pena terem banalizado tanto o dia dedicado às mães. É muito apelo comercial para um fato que deveria transcorrer com naturalidade, já que o ato de presentear materialmente é atemporal. Confesso que já caí muito nessa armadilha: dia das mães, dia das crianças, dia dos pais, dia das mulheres, dia da sogra, dia do escambal... Pois é. Não caio mais. Sei das minhas obrigações de filho e procuro cumpri-las com determinação e candura. Sei da dimensão do meu carinho e respeito pela mãe que tenho, essa sim, um presente sem igual na vida de cada um dos filhos que colocou no mundo. Portanto, esse dia das mães, ao lado de dona Marita, para mim significa apenas mais um dia de glória no árduo caminho disposto à nossa frente. Vida longa à minha e a todas as mães que sabem valorizar o que está enraizado no coração. Amor é o que interessa.

Gilson Sousa

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Salve, salve o Confiança



É claro que fiquei feliz demais com o título conquistado pelo Confiança, meu time do coração, ontem à noite na final do campeonato sergipano de futebol. E fiquei mais ainda por ser diante do rival Sergipe, uma equipe sem graça que está fazendo 100 anos e não se dá ao respeito.
Confesso que estava apreensivo. No sábado passado, primeiro jogo da final, fiquei fulo da vida com a atuação do Confiança, quando perdeu o jogo por 2 a 1. Daí deu aquele friozinho na barriga. Cheguei a pensar que o time estava entregando os pontos. Mas que nada. O Dragão cuspiu fogo ontem à noite. E vibrei.
Não fui ao estádio desta vez. Vi pela Aperipê TV e não me arrependi um só segundo. Até porque não gosto de muita muvuca. Compareci ao Batistão em vários outros jogos deste mesmo campeonato, mas estava certo de que no jogo final iria preferir ficar em casa. Com pipoca e cerveja.
Então, camaradas, os 2 a 0 aplicados pelo Confiança ontem foi um placar digno de elogios a todos aqueles atletas que correram atrás do prejuízo e honraram a camisa do time. Estou orgulhoso. Que venha agora a tal série C, pois estou doidinho pra cantar de novo aquele “Vamos subir, dragão”.

As fotos são do repórter-fotográfico Jorge Henrique.

Gilson Sousa

terça-feira, 5 de maio de 2009

Troféu ‘Cara de Pau 2009’ para a TV Sergipe


Nos meus quase vinte anos de jornalismo nesta terra, jamais tinha me deparado com tamanha cara de pau no telejornalismo esportivo feito pelos colegas daqui. Na edição do Globo Esporte desta terça-feira, 5, a emissora afiliada da Rede Globo criticou a falta de interesse do sergipano pelo futebol praticado aqui e colocou no ar uma materiazinha com alguns questionamentos, entre eles: “Como explicar uma final de campeonato com o estádio tão vazio?”, referindo-se ao público de 5 mil pessoas no Sergipe e Confiança de domingo; “Como explicar a paixão por times do Rio e São Paulo?”, fazendo referência à grande quantidade de pessoas que usam camisas de times de fora.
Ora, bolas! A própria emissora afiliada da Rede Globo é a primeira a causar esse estrago no futebol local. Por ciúme ou inveja de outras, praticamente boicota os jogos do campeonato sergipano. De vez em quando, sim, limita-se a fazer umas imagens no Batistão e divulgar no dia seguinte. Nada mais. Tanto é que nacionalmente, durante todo o ano, ninguém viu uma imagem daqui nos ‘gols da rodada’ do Fantástico ou Globo Esporte. E ainda vem esse pessoal questionar o telespectador e pedir explicações pela falta de torcedor nos estádios. Aí já é demais para o meu colesterol, como diria Thaís Bezerra.
E tem mais. Para dar um tiro certeiro no pé, no sábado que antecedeu o primeiro jogo da final, vencido pelo Sergipe pelo placar de 2 a 1, nem uma nota sequer sobre o clássico do dia seguinte no Batistão. E nesta terça, véspera da final?. Não se deram ao luxo de informar aos telespectadores absolutamente nada sobre os times. Perderam a chance de fazer uma espécie de mea-culpa, já que têm cerca de 10 minutos no ar, e dizer a verdade aos milhares de sergipanos ávidos por notícias do futebol daqui. Então, de quem é a culpa, também, pela pequenez do nosso futebol de terceira?

Gilson Sousa

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Bar do Mineiro


Chico Ribeiro Neto (chicoribe@gmail.com) é jornalista

A figura do mineiro aponta assim que você chega. Jeito de bem receber, a melhor pinga está embaixo do balcão, para poucos, felizmente ganho uma, melhor ainda que a gente não paga. Também, basta dizer que é irmão de Cleomar.
Em Aracaju, o Bar do Mineiro é um recanto diferente de tudo, diferente de qualquer Atalaia da vida. Não tem caranguejo, mas você não pode deixar de provar a incrível costela de boi. Há outros tira-gostos maravilhosos ainda.
Dizem ser um reduto petista, mas outro dia vi um professor brandindo o contracheque repetidas vezes, a xingar o governo do PT e o tratamento que tem dado à categoria.
O Bar do Mineiro não tem endereço. Moro em Salvador e fica difícil ensinar daqui a alguém chegar lá. Melhor é dar o telefone de Cleomar, mentor de muitos bares.
Tem violão, mulher bonita, artista plástico, tem chato também, mas qual é o bar que não tem?