segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Minha Chapeuzinho

Ritinha, que no seu décimo sexto aniversário ganhou de presente uma linda capa vermelha confeccionada por sua avó, adorava atravessar a rodovia perto de sua casa e bater papo com os caminhoneiros estacionados no posto de gasolina. Era desinibida. Tinha uma inteligência admirável e até jogava dominó e xadrez como ninguém. Certo dia, sua mãe lhe pediu para levar alguns doces a avó que morava do outro lado da rodovia, próximo a um pequeno bosque. Ritinha adorou a ideia. Era um dia frio. Mesmo assim a menina não se intimidou. Cesta de doces na mão, capa vermelha no corpo e a cabeça protegida. Já no bosque, enquanto cantarolava em meio às folhas, flores e galhos, encontrou um dos caminhoneiros que cochilava em total despreocupação. Chamava-se, ela lembrava bem, Sr. Paulo Lobo. E mesmo se esforçando para não acordá-lo, o moço despertou do sono e a interpelou: - Para onde está indo, Ritinha? - Vou à casa de minha avó levar essa cesta de doces! - É muito longe daqui?, perguntou o caminhoneiro Lobo. - Não, não. Fica logo ali atrás daquelas moitas. - Sei. Então tudo bem. Nos veremos depois, disse. Ritinha com sua capa vermelha continuou seu caminho, mas sem pressa alguma. Ela adorava contemplar a natureza e até arriscava umas conversas com os bichinhos que encontrava na mata. Coisa de menina. Algum tempo depois, chegou à casa da avó, abriu o portão, anunciou sua entrada e se deparou na sala com o Sr. Paulo Lobo e sua avó prestes a beber um refrigerante. - Ué, espantou-se a menina. – Eu não sabia que vocês se conheciam! - Estamos nos conhecendo agora, respondeu o caminhoneiro. - E como o senhor chegou aqui tão rápido? O que veio fazer? - Nada. Só pensei em proteger você durante a volta para casa. - Pois é, minha neta, esse senhor parece ser uma pessoa muito boa. Trouxe até um refrigerante para nós, disse a avó. – Vou pegar um copo para você também. - Tá bom, concordou Ritinha. Em poucos instantes, após beberem uma certa quantidade do refrigerante, as duas adormeceram ainda na sala. O Sr. Paulo Lobo vibrou. - Esse ‘Boa noite, Cinderela’ nunca falha, gabou-se o homem. E enquanto as duas mulheres – a avó e a criança – dormiam profundamente na sala, o caminhoneiro pôde desfrutar da cama macia e quentinha da avó para o seu cochilo tradicional. Afinal, o efeito da droga no refrigerante só passaria cinco horas depois. Gilson Sousa

3 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkkk....esse sei lá se é lobo, se é caminhoneiro ou um pedófilo mau resolvido...fiquei na dúvida, a única certeza é que nem em suas postagens ele não pega ninguém....kkkkk
    CL

    ResponderExcluir
  2. Grande Gilson! Você é uma figura.Que estória engraçada, kkkkkkkkkkk Srº Paulo Lobo, isso só podia sair da sua cabeça! kkkkkkkk muito engraçado...

    Isaac

    ResponderExcluir
  3. Kkkk ... Juro que a minha mente maldosa pensou em outro final pra história ... Mas deixa quietooooo .... Kkkkkkk .....

    Xeruuu!!!

    ResponderExcluir