segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Enfeite na boneca dos outros


Em termos midiáticos, se depender da chamada grande imprensa nacional, nós brasileiros continuaremos pertencendo ao Terceiro Mundo para sempre. Na questão da música isso fica bem claro quando jornais impressos e emissoras de televisão abrem generosos espaços para divulgar reportagens sobre a 52ª edição do Grammy, segundo eles, o Oscar da música. Mas que música?
Até a década de 1980 éramos mesmo bombardeados com a cultura enlatada que vinha do exterior. Ficávamos praticamente de mãos atadas. Nossos ídolos eram estrangeiros porque mal conhecíamos o que se fazia por aqui. E o que se fazia por aqui era mal produzido e mal divulgado porque não havia espaço nem tecnologia para tal feito. Mas hoje não.
Ficar agora reverenciando uma tal Beyoncé e outra tal Taylor Swift, cantora country, não é bom negócio para quem pretende conquistar mais respeito e admiração mundo afora. Por aqui, não preciso nem falar, existem centenas de artistas mais ‘poderosos’ que esses. Se falta produção adequada, sobra talento. Então creio que não precisaríamos abrir tanto espaço para aquele povo de fora. Digo isso sem casuísmo algum.
Pelo contrário. Compreendo que vivemos num mundo globalizado, mas nossos aspectos internos precisam ter mais peso no bolo da informação nacional. E é nessa hora que tiro o chapéu para o bairrismo baiano. Lá, em qualquer circunstância, primeiro eles. E estão certíssimos.
Mas para sorte nossa – e azar de alguns poucos que deixam de ganhar muito dinheiro – a pirataria de cd’s e dvd’s populares ajuda a amenizar isso. Obras de artistas brasileiros, bons e ruins, são facilmente adquiridas e imensamente divulgadas país afora. Um bom começo, mesmo que controverso.
Em tempo: nesse tal Grammy nenhum brasileiro foi contemplado, mesmo existindo uma subcategoria chamada de ‘Música Latina’. É mole?

Gilson Sousa

2 comentários:

  1. Realmente é foda! essa tal de beyonce é horrível, não merece! O problema é que o povão gosta. Outro dia fui comprar um cd pirata de Mestre Ambrósio,mas o cara não tinha. Então perguntei se estava em falta, ele repondeu que não; "É porque não vende mesmo moço, o povo só gosta de porcaria,se eu não vender o que eles gostam, morro de fome". É a lei da sobrevivência...

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  2. O comentário acima é meu.

    Isaac

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