domingo, 13 de março de 2011

O tédio e aquilo que chamam futebol


Sabe você o que é realmente tédio? Eu sei. Tédio é sair de casa e ir ao Batistão numa tarde de domingo ensolarada, pagar ingresso e assistir Confiança e Estanciano. Eu pensava que seria um jogo de futebol válido pelo campeonato. Mas que nada. Era uma pelada indigna. E acabou em 0 a 0. Pense!?
Eu e mais umas duzentas pessoas, incluindo aí os vendedores de amendoim, picolé, rolete de cana, pipoca e água mineral, fomos ao estádio acompanhar o jogo. De cara, vi que seria uma doideira. O Confiança, meu time, entrou em campo com três zagueiros, três cabeças de área, dois laterais fixos e dois meia-atacantes que não penetravam na área adversária. Medo de quê?
Medo de fazer gol. E sequer latinha de cerveja pode vender mais no interior do estádio. Ai que tédio! A única diversão, eu juro, era um senhor de uns 70 anos que estava com um radinho de pilha colado no ouvido. Toda hora ele xingava os jogadores do Dragão. Aí soltava seu bordão: “Eu jogo melhor”. Deve jogar mesmo.
E o tempo foi passando. De animador, apenas a pequena charanga de Estância. Não parou de tocar marchinhas um segundo sequer. De moderno, apenas o carrinho-maca que apanhava jogador caído no meio do campo toda hora. Aliás, nem é tão moderno assim, mas é a única coisa que posso destacar.
Nem placar tem no Batistão. Plaqueta eletrônica para anunciar substituição de jogador e acréscimo de tempo de jogo? Aí é querer demais. A coisa era manual mesmo. E um jogo desses só poderia acabar em vaias. E acabou.

Gilson Sousa

3 comentários:

  1. Parabéns pela matéria. O nosso futebol continua inexpressivo e amadorista. É só vexame e decepção, principalmente, com os dois "grandes" da capital. Por isso que deixei de comparecer aos estádios de futebol; pelo desconforto dos estádios, péssimo futebol dos clubes e desorganização da federação.
    Um abraço,

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  2. Esse é o retrato do nosso futebol sergipano. Infelizmente!

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  3. Caro Gilson:
    O pior é que não tinha nem uma latinha... É de dar dó.
    Abração,
    Chico

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