quarta-feira, 30 de março de 2011

Sistema de cotas na UFS apresenta resultados positivos


Os defensores do sistema de cotas para ingresso na única universidade pública de Sergipe, UFS, estão rindo à toa. É que foi divulgado agora o resultado comparativo entre alunos cotistas e não cotistas no que diz respeito à média ponderada nos principais cursos da instituição. O estudo foi feito pelo professor Paulo Neves, coordenador do Programa de Ações Afirmativas da UFS, e revela boas surpresas para aqueles que torcem o nariz para a questão das cotas.
Vamos lá: comparando a média ponderada obtida entre todos os alunos matriculados em 2010, cotistas e não cotistas, o estudo mostra que os universitários sergipanos precisam se esforçar um pouco mais para obterem conhecimentos razoáveis. A média geral é apenas 5,8. E destrinchando isso, os alunos não cotistas, geralmente oriundos de escolas privadas, ficaram com média 5,9; os alunos da cota B (oriundos de escolas públicas, independente da raça), obtiveram média 5,5; Já os alunos da cota C (afro-descendentes oriundos de escola pública), chegaram à média 5,7; os da cota D (deficientes), ficaram com média 4,3.
Ou seja. Está tudo muito nivelado no âmbito da universidade. A ideia de que os alunos cotistas iriam nivelar por baixo os variados cursos, principalmente os mais disputados, cai por terra com esse estudo do professor Paulo Neves. “São os primeiros resultados obtidos de uma série de análises sobre os reais impactos da adoção das cotas sobre a vida universitária”, diz o relatório.
Aliás, nos dois cursos mais disputados na UFS pela elite financeira de Sergipe, Medicina e Odontologia, os resultados surpreendem de forma estarrecedora. Pasmem, senhores incrédulos, mas em Odontologia a média ponderada dos cotistas é maior que a dos alunos não cotistas. O relatório mostra 7,2 para cotistas B e apenas 6,5 para não cotistas, cujo 97% dos alunos vêm de escolas como Amadeus, Máster, Arquidiocesano e outras desse porte.
Já no curso de Medicina, o carro-chefe para propagandas de várias dessas instituições privadas de Aracaju, a média ponderada de não cotistas e cotistas é extremamente equilibrada. Não cotistas obtiveram média 8,2 e cotistas B ficaram com média 8,1. Ou seja, lá dentro da universidade, com a cara enfiada nos livros, não existe diferença de raça na hora de obter resultados. E essa deveria ser uma regra para toda a sociedade, quem dera.
Portanto, o que se quer com esse sistema de cotas, que é temporário, é simplesmente oferecer oportunidade de estudo para quem antes era completamente excluído da possibilidade de ingressar em determinados cursos. É uma forma de distribuir melhor as vagas na universidade pública e nivelar inclusive o campo de trabalho para negros, pardos e brancos deste Estado. Nada mais justo. E as primeiras provas estão aí.

Gilson Sousa

4 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkkk...gostaria de ver os dados dessas pesquisas.Duvido que isso seja verdade,basta comparar os pontos do vestibular para entrar nos cursos mais concorridos,os não cotistas fazem 16/17 mil...e os cotitas 8/9 mil...puts,quase 9mil pontos de diferença,isso no mínimo é uma vergonha querer''tampar o sol com a peneira''.É fato que esses dados são contraditórios com o resultado do vestibular,porque será?Porque a UFS quer se proteger contra todos esses processos que ela está recebendo devido ao sistema de cotas?!será?

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  2. Thaís, você com certeza é uma dessas filhihas de papai que estudam nos colégios da elite e ficam revoltadinhas por não passarem no vestibular. Pois bem, madame, os números mostram que passar no vestibular é uma coisa e obter resultados na universidade é outra. Quantos não são os alunos do Amadeus, Master, Arqui etc. que estão há anos na UFS e não se formam nunca? A verdade é que quem estuda em colégio particular está mais preparado para o vestibular (a prova disso são os pontos que fazem), mas lá dentro da universidade, na hora de se dedicar ao curso, o desempenho depende de cada um. E eu aposto que o aluno da escola pública valoriza muito mais essa vaga na UFS do que os playboys e as patricinhas que sempre tiveram tudo de mão beijada.

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  3. kkkkkkkkk
    Apoio extremamente o sistema de cotas , até pq a ufs nunca pertenceu a esses filhinhos de papai. Já que vcs (filhinhos de papai) tem condições de pagar um excelente colégio, pq não paga a universidade também?

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  4. Adoro esse argumento de "se você teve dinheiro pra pagar escola particular, vai pra universidade particular também". Estudei minha vida inteira em colégios particulares, mas há uma enorme diferença entre pagar R$600 no ensino médio e R$5.000 por seis anos se quisesse fazer medicina, por exemplo. Alguém viu o esforço dos meus pais e as contas atrasadas pra que eu pudesse ter uma boa educação de base? Não. Mas é o suficiente pra ser rotulada como "patricinha" - embora minha condição econômica e (graças a Deus) os valores que minha família me ensinou estejam longe do culto à futilidade. Infelizmente no Brasil a questão do ensino superior é inversa ao ensino de base: as instituições públicas são muito mais renomadas do que as particulares. Atire a primeira pedra quem não quer o acesso à educação de qualidade. Quem estudou e se dedicou vai passar no melhor, independente de ter vindo de escola particular ou pública. Ponto. Ou pelo menos era ponto até vir essa história de cotas. Gostaria muito de ver os dados desse estudo... porque pelo menos na minha universidade, a UEL, a maioria dos que não tinham nota e entraram só por causa das cotas estão penando pra acompanhar as aulas. Tenho amigos na medicina que estudaram em escola pública e entraram sem cotas e que estão entre os melhores da turma. Cotas é querer maquiar o preconceito criando ainda mais segregação e minimizando o mérito pessoal!

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