quarta-feira, 1 de abril de 2009

A moderna cidade das carroças


Ainda que fossem legítimas charretes desfilando charme e formosura pelas ruas da cidade, aí tudo bem, poderíamos ficar orgulhosos e até bater palmas... Mas não é. O que se constata no dia a dia aracajuano, nas diversas ruas e avenidas da cidade, é um número absurdo de carroças de tração animal enfeiando os espaços, atrapalhando o tráfego de veículos, viabilizando acidentes e muitas vezes enchendo de bosta as vias mais importantes desta capital.
Prova disso é que o flagrante da foto é exatamente num dos pontos mais movimentados de Aracaju, nas proximidades do viaduto do DIA. Por ali, sem medo de errar, passam diariamente centenas de carroças puxadas por burros com rabo e sem rabo. Todas entupidas de entulhos fétidos, de aparência troncha, desgovernadas e desestruturadas para servir como meio de transporte de carga. Um acinte à modernidade, é verdade.
E não me venham com essa história de que trata-se apenas de um instrumento de trabalho de homens e mulheres que precisam ganhar a vida com honestidade. Isso é discurso para boi dormir. Porque os cavalos, éguas, jumentos e outros bichinhos que suportam o peso da desgraça, sequer conseguem um descanso. É pau nos lombos mesmo.
Portanto, chega a ser pitoresco, para não dizer ridículo, o grande movimento de carroças traçando as grandes avenidas desta cidade que corre atrás da modernidade. E pelo visto, isso é fato para outros e outros centenários. Quem quiser que se meta à besta.

Gilson Sousa

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