terça-feira, 19 de maio de 2009

Parem de esculhambar com o forró


Tá chegando pra valer a temporada de forró. Para nós, sergipanos, uma época de glória. Uma identidade de sangue. Coisa de paixão, já que se trata de um período em que poderemos dançar juntinhos com os pares, sem cotoveladas propositais, sem pulos idiotas, sem mãozinha no joelho, mas com direito a uns esfregõezinhos de vez em quando. É ou não é?
Lógico que o período junino representa a maior festividade da nossa terra. Tem Santo Antônio, tem São João e tem São Pedro para comemorar. Tem colheita de alimentos na roça e tem muita moça querendo casar. Um monte de bebida quente ou gelada esperando pela golada em tudo quanto é bar. Tem música de amor, música alegre, música triste e tudo quanto é música pra dançar.
Êpa! Música pra dançar? Pois é aí que mora o problema que quero aqui contestar.
Pelo amor de Deus, ruma de baiano sem pai e sem mãe. Deixem em paz o nosso forró e vão ganhar dinheiro em outro lugar nessa época do ano. Não dá mais para ver os bostas do Asa de Águia, Banda Eva e outras porcarias invadindo as festas juninas para descaracterizar uma tradição e ainda encher o bolso de dinheiro dos bestas daqui. Isso é injusto.
Parem de esculhambar com o forró. Já basta aquele monte de banda eletrônica, estilo Calcinha Preta e Aviões do Forró, detonando com nossa originalidade. Não queremos e não precisamos de banda baiana de axé por aqui durante o período junino. Assim como não toleramos essas duplas sertanejas se esgoelando nos palcos onde deveriam prevalecer os trios de pé de serra e os sanfoneiros legítimos.
Por essas e outras, está decretado: o empresário fdp que trouxer esse povo ‘nada a ver’ para as nossas festas juninas, vai arder no inferno pela eternidade e ainda vai ter o prazer de ver a mulher (esposa, noiva, namorada) devorada pelos negões da Timbalada, sem cuspe nem piedade. Experimente.

Gilson Sousa

Um comentário:

  1. Grande Gilson, tomara que ao menos nesse sentido a crise nos ajude: menos dinheiro, menos grupos 'nada a ver' por aqui.

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