sábado, 17 de outubro de 2009

Violência institucionalizada no Rio


Sempre disse que a cidade do Rio de Janeiro não merece boa parte do povo que tem. É um contraste danado. O lugar mais bonito do mundo abrigando uma gente violenta, pouco afeita às cordialidades. Morei lá durante cinco anos, sei da dimensão de sua importância no cenário cultural e acadêmico do país, mas jamais gostaria de fixar residência num local assim.
Digo isso a propósito do noticiário de hoje, mais uma vez, enfocando a guerra entre traficantes e policiais. Dessa vez derrubaram até um helicóptero da PM, matando duas pessoas e feriando outras quatro. Êta bandidagem ousada. Eles mandam mesmo naqueles morros e quem quiser que ande na linha. Senão o bicho pega pra valer.
A propósito, já bebi cerveja no Morro do Macaco, com meu amigo Gilberto, e nunca havia sido importunado por quem quer que seja. O morro, onde aconteceu o confronto de hoje, fica por ali, próximo ao bairro de Vila Isabel e ao Grajaú, onde Gilberto morava. Sempre pisei lá pianinho. Via muita gente exibindo armamento pesado, mas jamais procurava qualquer faísca. Dei sorte.
Enfim, o que quero dizer é que o Rio, decididamente, não merece aquele povo da banda podre. E não são só os bandidos não. Tem policial, tem doutor, tem o escambal. É uma pena. Até porque as pessoas de bem, que são muitas, ficam obrigadas a viver em estado de pânico. Tá pensando que é brincadeira! Hoje foram só dois policiais militares que morreram na queda do helicóptero, além de dez bandidos logo depois. Mas se for calcular o número de tragédias diárias, o Jornal Nacional viraria boletim do IML carioca.

Gilson Sousa

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