quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Momento Baudeleire: revisitando a dor


“Apenas é igual a outro quem prova sê-lo e apenas é digno da liberdade quem a sabe conquistar”
Charles Baudelaire


2009 terminava ainda naquela semana e já entrava para a história dele como um ano daqueles que nem fede nem cheira. Era a primeira das décadas do novo século indo embora. E ele sem nunca ter tido turma nenhuma. Sempre amargo. Anos após anos. Aliás, achava que o mundo era hipócrita demais para cultivar convivências. E talvez por isso não queria celebrar coisa alguma. “Adeus 2009”, bastava-lhe dizer.
Naquela noite, enquanto pessoas incomuns planejavam festas, a cabeça dele estava a mil. Sempre questionando condutas alheias. Sempre se penitenciando não se sabe por quê. A única clareza é que era avesso a pessoas. Décadas e décadas se passando. Olhos de traíras rondando sua vida. Mentes inúteis e até bestas demais se apresentando no dia a dia. Nada de contento. As horas passando e 2009 indo pra bem longe de sua história.
Quem sabe nessa nova década algo mude. Ou até mesmo no aproximado 2010. Ano do Tigre, segundo os chineses. Mas pelo visto, ele não acredita em nada. Pessoas o assustam. “Mentes bestas”, repete. Faz questão de fracassar em tudo. Até porque não acredita em quase nada mesmo. Talvez nele, quem sabe. Mas precisa fugir disso. Fugir dele e do mundo mergulhado em hipocrisias. Precisa logo. É quase quinta-feira, e essa festa não lhe parece trazer novidades.

Gilson Sousa

2 comentários:

  1. Pô foi longe agora...botou pelo avesso o clima de ano novo... meu cunhado é fã desse cara.

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  2. Isaac (em relção ao comentário anterior)

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