domingo, 10 de janeiro de 2010

Um astro da MPB em minha mesa de bar


Vou logo avisando que não teve registro fotográfico, mas depois explico por que. A história é a mais inusitada nesse início de ano etílico ao lado de Cleomar Brandi e Paulo Lobo, velhos companheiros de farras. Estávamos sábado no Bar do Bel, dentro do Iate Clube de Aracaju, quando vejo descer de um barco de pesca no ancoradouro do rio Sergipe ninguém menos que Lenine. Ele mesmo, o cantor pernambucano que naquela noite faria show em Laranjeiras.
De maneira natural, esperamos ele se acomodar no ambiente próximo ao estacionamento das lanchas. Ali estava um astro da MPB, um poço fundo de talento nessa música que fazem hoje no país. Não demorou muito e fui lá cumprimentá-lo. O cara foi de uma naturalidade pouco comum. “Lenine”, disse eu. “Olá, rapaz. Tudo bem?”, devolveu ele. Como não poderia estar tudo bem? Estava sim. Daí conversamos em pé por alguns minutos.
A bem da verdade, falamos de música, é claro, e de Laranjeiras, cidade desconhecida dele até então. Forneci várias informações, não só da cidade como também do festival no qual ele seria atração musical da noite. O papo foi ótimo. E sem muita cerimônia convidei-o a juntar-se a Cleomar e Paulo na mesa do bar do Bel. Ele foi sem fazer beicinho. Pelo contrário. Deu um show de simpatia e simplicidade entre a gente, fazendo questão de permanecer como se fôssemos velhos amigos.
Lenine, o autor da bela “Paciência”, ficou encantado com o cadeirante Cleomar fazendo piadas com sua própria condição física. “A vantagem de ser assim é que mulher nenhuma consegue grudar no meu pé”, disse o jornalista, em meio a gargalhadas deliciosas do incrédulo Lenine: “Foi diabetes?”, perguntou. “Não, foi cachaça mesmo”, respondeu Cleomar. “Ah, sei”. “E você, Lenine, bebe?”. “Que nada. Deus me livre!”, garantiu o pernambucano, caindo numa nova gargalhada irreparável.
Por fim, com Paulinho igualmente encantado com a visita ilustre na nossa mesa de bar, Lenine passou a gabar-se por ter conseguido pescar uma cavala de quase um metro de comprimento. “Não é conversa de pescador, não”, avisou o músico, sempre soltando gargalhadas. Quanto à foto do encontro singular, estávamos todos preparados para o registro histórico. Lenine abraçando Cleomar e Paulo Lobo. Eu com a máquina na mão, dedo no botão do click, mira enquadrada, sorrisos apostos e... acabou a bateria. Acredita?

Gilson Sousa

10 comentários:

  1. O que não acontece numa mesa de bar... imagine quantos fatos parecidos com esse ocorrem nos bares da cidade. Realmente foi um encontro histórico, sem contar com a simplicidade do grande Lenine e o melhor é que foi um encontro bem informal. Espero que o povo de Laranjeiras tenha tratado ele bem...

    Isaac

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  2. Valeu Gilson, você conseguiu dividir esse momento com a gente através do seu belo texto, obrigado.


    Valter Albano

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  3. Realmente foi uma pena ter faltado o registro desse encontro, mas valeu. Para quê melhor registro do que a lembrança que vocês terão?
    Bjs!!!
    Débora

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  4. kkkkkkkkkkkkkkkkkk. só vc, cleomar e paulo lobo! bjo. ah, estou lendo o seu blog sempre. gosto do seu estilo de escrever. são textos construídos com palavras que saem da alma. isso é muito legal. bjo grande e 2010 de paz, saúde e muita graça
    katia

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  5. Retratista de terceira.
    douglas

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  6. Porrrra.. acredito que a essa hora o Lenine ainda ri com as piadas do Cleomar. Deve ter sido muito bacana mesmo esse encontro. Espero que agora o Paulo Lobo tome vergonha e ande com o violão no carro. Vocês teriam curtido uma palhinha de um dos gênios da nossa música.
    Álvaro Müller

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  7. Sabe o que eu acho?
    EU ACHO É POOOOOOOUCO! KKKKKK
    Porque se tivessem me chamado, com certeza esse registro teria sido feito, pois minha máquina não larga do meu pé. Já que aindo os possuo, né Cleo? rs
    Beijos em todos e com uita inveja desse encontro ímpar.

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  8. PQP,essa foi flórida Gilson!!! Ou melhor, não foi. Taí uma foto que eu gostaria de ter feito. Mas nada melhor do que a nossa memória fotográfica, é só escrever logo para não corrermos o risco das nossas baterias também pifarem. Um grande abraço, e na próxima me ligue, rsrsrsr.

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  9. Acabou a bateria, Gilson? Porra, que pena! Mas valeu ter conhecido o cara, né? Fui ao show dele, em Laranjeiras. Muito bom... Um abraço,
    Marcos Cardoso

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  10. Meu Gil,

    Adorei o blog e essa história, ainda mais narrada por ti!

    Foi bom não ter a foto, obriga-te a registrar na sua memória, aliás as fotos digitaus têm nos acomodado nisso, hehehehe!

    Bjs com saudades!

    A. Milagres

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