terça-feira, 22 de junho de 2010

A prima IV: doida por umas palmadas


Digam se não estou coberto de razão: morava sozinho há tempos e sempre fui um cara organizado e com certos caprichos. Sempre contratava uma diarista para a faxina do apartamento e para deixar tudo exatamente no seu devido lugar. Coisa de macho mesmo. Mas hoje em dia, com essa prima morando de graça aqui em casa, achei que não custava nada a moça executar ao menos uma simples limpeza nos cômodos de vez em quando. Afinal, ela está bem mocinha.
Na minha vivência, sempre soube que o trabalho engrandece o ser humano. Mas essa menina de Capela parece que não quer saber disso, não. E por isso eu continuo desconfiado que tio Herinaldo, que já foi pro céu, e tia Malvina, que sequer enxerga mais, não souberam educar ela direito. Despacharam a mercadoria aqui pra casa e pronto. “Tome, se vire!”, foi o que me disse o outro primo quando veio trazer a moça com mala e cuia. Mas destá.
Outro dia, vendo o apartamento cheio de poeira, fui pedir à prima para fazer a faxina, ao menos nos quartos, e a danada mangou da minha cara. “Se quiser, vai ter que me pagar”, disse. Aí me retei. Fiquei furioso. Perdi o controle. Ameacei dar-lhe umas palmadinhas, mas ela nem tremeu. Pelo contrário. Correu pro quarto, pulou pra cama e fez graça com o bumbum pra cima: “Bata, se for homem!”.
Não teve jeito. Peguei a vassoura, respirei fundo, pensei na Lei Maria da Penha, e achei melhor começar a varrer o apartamento pela varanda. Só assim eu consigo me acalmar.

Gilson Sousa

7 comentários:

  1. KKKKKKK Você pegar um vassoura pra varrer o apartamento? duvido muito disso... mas essa sua prima é bem danada...

    Isaac

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  2. Gilson Sousa, você é um cabra sensato. Não me surpreende a decisão que tomou. Parabéns!

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  3. Gilson Sousa,como você é pociente,heim.Com uma prima dessa em casa não teria tanta paciência.Mas você adora varrer a varanda.

    Andréa

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  4. Ótima, bjao, Mônica.

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  5. Eu teria dado uns tapas. Daqueles que não deixam marca hehehe
    Álvaro Müller

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  6. Hahahahahaha. Dando gargalhadas aqui. Ô, como diz a música: um tapinha não dói!

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