segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A vingança da princesa


Por aí, já tinha visto atleta se transformar em técnico, cobrador de ônibus se transformar em motorista, policial virar bandido, advogado virar vendedor de cachorro-quente e outras coisas mais. Mas o inusitado sempre acontece. Dessa vez, conheci uma modelo fotográfica que se transformou em fotógrafa. História porreta. É da Juliana Ivo Costa, uma morena de endoidecer, como diz o seu conterrâneo, Djavan.
Juliana, estudante de jornalismo alagoana, é uma daquelas pessoas super de bem com a vida. Linda do dedão do pé ao último fio de cabelo, contou-me que já posou demais nessa vida. Durante anos, na fase adolescente, freqüentou dezenas de estúdios fotográficos, fez centenas de ensaios, passou horas e horas nas mãos de cabeleireiros, maquiadores e estilistas. Mas ela cansou.
A bela moça, que chega a ser irreverente, deu um basta nessa história de modelo e armou uma espécie de contra-ataque. Sim, Juliana comprou uma poderosa máquina fotográfica, pegou umas aulinhas e saiu mundo afora clicando os outros. Não como profissional, mas como amadora no sentido mais profundo da palavra. Ela ama registrar o povo. Faz imagens inusitadas, registra momentos improváveis, brinca com as expressões dos anônimos. Ela é uma figura.
É difícil ver Juliana por aí sem a máquina agregada ao corpo dela. Suas lentes são atentas, seu estilo é discreto. Aliás, não é muito difícil para ela convencer as pessoas a posarem para suas fotos também. Até porque Juliana encanta. É como se fosse uma princesa se vingando de um passado sufocante. E assim ela prossegue, clicando quem vê pela frente. Fui alvo de sua lente, mas bom seria também ficar na linha de mira daquele coraçãozinho alagoano com jeito de arretado.

Gilson Sousa

2 comentários:

  1. Sinto-me lisonjeada, em ser protagonista dessa crônica... Princesa eu?? Agradecida, meu amigo pela homenagem. Quando você, me falou que estava fazendo, não achei que seria tão lindo assim...
    Agradecida!!
    Um Beijo enorme!!

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  2. Bela crônica, belo texto, bela cantada meu amigo Gilson...

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