quarta-feira, 8 de julho de 2009

Histórias de vovô


Chico Ribeiro Neto (chicoribe@gmail.com)

Eu ficava sem dormir pensando naquela história de meu avô. Ele foi caçar e, de repente, surgiu uma onça. Só deu tempo de subir numa árvore correndo e esperar a onça ir embora. O animal rugiu lá embaixo algumas vezes e depois foi embora.
Com medo do bicho voltar, meu avô ainda ficou na árvore mais uns minutos. Foi quando apareceu uma cobra enorme, e logo depois outra quase do mesmo tamanho. Foi aí que uma começou engolindo a outra, a outra engolindo uma, aquele engole-engole até que as duas... PUM!... desapareceram. Aí, ele aproveitou e voltou pra casa tranquilo, sem onça e sem cobra. Nos meus cinco anos, eu ficava intrigado com aquele final. Como poderiam sumir as duas cobras?
Outra vez ele me contou que chegou a criar umas galinhas que só botavam o ovo com a clara, enquanto outras só colocavam o ovo com a gema. Para comer um ovo frito tinha que usar dois. Bom era pra mulher que fazia bolo: bastava comprar somente ovos de clara.
Ele também me falava que conheceu um sujeito que cruzou abelha com vagalume, e as abelhas davam mel dia e noite.
Vovô Chico tinha muitas outras histórias, outras eu fui adaptando. Lembro de uma velha jaqueira, plantada pelo meu bisavô, que quando completou 100 anos começou a caducar, não sabia o que fazia: num ano dava caju, no outro era manga, e assim por diante. Esse ano eu soube que deu morango.

Nenhum comentário:

Postar um comentário